Estrada de uma via só...

Toda tarde é assim, ela olha para a estrada, vê um caminho percorrido por alguém todos os dias. Sente-se saudosista toda tarde. Lembra de como poderia ter sido se suas escolhas tivessem sido diferentes, sente raiva de si por não conseguir mudar, por não se libertar.

Diferente de muita gente, ela não é uma pessoa que aposta no que esta no escuro, sempre trabalha com as probabilidades, não desafia, e é por isso que hoje não gosta da pessoa que se tornou.

Tão segura, com tudo tão perfeito, que não tem problemas. O único problema que ela pode ter é consigo mesma, com se olhar no espelho.

Sem anseios, essa tarde acaba como todas as outras, com a noite dando fim a aurora da tarde, e juntando os pedaços de uma mulher neutra, ela entra em casa para preparar o jantar para o marido e os dois filhos.